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Cultura

Filme Histórias Cruzadas e o dia a dia das domésticas no Brasil

Há alguns meses assisti ao filme Histórias Cruzadas. A história gira em torno de relatos das empregadas domésticas de uma pequena cidade nos Estados Unidos nos anos 60. Skeeter, uma garota que quer tornar-se escritora, busca mulheres que queiram relatar como foi a vida tendo que largar suas famílias para cuidar dos filhos da elite branca. Aibileen, empregada da melhor amiga de Skeeter é a primeira a conceder uma entrevista, o que desagrada a sociedade como um todo mas atrai outras mulheres a contarem suas histórias.

Eu Empregada Doméstica

O filme é forte não por conter violência física, mas psicológica. É incrível como um “mas nós te consideramos da família” pode ser apenas um conjunto de palavras soltas num contexto de desrespeito e desumanidade. Conforme as mulheres vão lembrando das experiências que passaram elas vão sendo mostradas no filme como se fossem em tempo real. Além disso vemos quantas mulheres deixavam seus filhos para cuidar dos filhos das patroas para conseguir seu sustento.

E isso acontece até hoje em todo o mundo.

Felizmente com o tempo a legislação dos países foi evoluindo e hoje as empregadas domésticas tem direitos, horário certo para trabalho e benefícios como em qualquer outro emprego. No Brasil a legislação que rege os trabalhadores domésticos é a lei complementar nº 150, conhecida como a lei das domésticas. Ela determina que o trabalho doméstico não deve exceder 8 horas diárias, fala sobre o pagamento de horas extras e benefícios e muito mais.

Porém antes da lei e mesmo depois dela muitas empregadas domésticas ainda sobrem com o racismo, preconceito e abusos de todo tipo. Com o objetivo de dar voz a quem já sofreu algo assim foi criada a página Eu Empregada Doméstica no Facebook, que foi de 0 a 60 mil curtidas em menos de 1 semana.

A página recebe e posta relatos de mulheres que são ou já foram empregadas domésticas e sofreram na mão de seus patrões. Confira alguns relatos:

Eu Empregada Doméstica Eu Empregada Doméstica

Veja mais relatos no twitter com a hashtag #euempregadadomestica.

A página cresceu rapidamente e recebeu a empatia do público e dos grandes portais. Há matérias sobre a página no Catraca Livre, G1 e Estadão. Com a grande divulgação da página algumas pessoas se doeram também:

Eu Empregada Doméstica Eu Empregada Doméstica

Torçamos para que com essa iniciativa mais pessoas se conscientizem de que não é ser “bom de coração” tratar alguém que trabalha na sua casa como “da família“, pois tratar alguém com respeito não é um favor, mas uma obrigação. Respeito é bom e todo mundo gosta, lembrando ainda que racismo é crime (Art 140, § 3º, Código Penal).

Você pode assistir ao filme História Cruzadas no Netflix.

6 comentários

 

 

  • mariana de lima leite

    Parece ser um daqueles filmes que te trás aprendizado e deixa com outra cabeça, adorei e já vou assistir sem duvidas.

    http://www.teoremademahlli.com.br/

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    • Bárbara Cavalcante

      Simm Mari, amo filmes assim e assisto muitos!

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  • Jessica Ribeiro

    Gente eu estou chocadissima com esse filme! Eu não sabia dele nunca tinha ouvido falar e minha nossa deu vergonha de ser humada ao ler tudo que essa moça passou! Ser humilhada desse jeito meu Deus como que pode

    http://www.descrevendonuvens.com

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    • Bárbara Cavalcante

      Verdade Jeh, também fiquei revoltada! Fiquei feliz pela iniciativa da página, espero que conscientize as pessoas.

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  • Carol R.

    Eu li o livro, mas ainda não assisti o filme
    O livro é maravilhoso
    Bjs

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  • Mayara Anjos

    Quando eu assisti o filme “Que hora ela volta” eu tive um choque de realidade ao perceber como pequenas coisas do dia-a-dia que as pessoas são tão acostumadas podem ser um absurdo. Como você estar na sala e pedir “por favor” para a empregada trazer um copo de água, porque você não sabe levantar a bunda da cadeira e andar por um minuto. O mais difícil foi ler os depoimentos, gera uma revolta enorme e mesmo assim tem quem defenda essa forma desumana de tratar as empregadas domésticas.

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